sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O FSM ainda não deu sua contribuição histórica.

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O FSM ainda não deu sua contribuição histórica.

(09/01/2009 00:47)
Do dia 27 de janeiro a 1 de fevereiro militantes de todos os cantos do mundo voltarão ao Brasil para mais um Fórum Social Mundial. Desta vez, ao invés de se deslocarem para a simbólica Porto Alegre, na ponta sul do país, irão para Belém, no coração da Amazônia e no extremo Norte do nosso mapa. A revista Fórum estará lá. Fórum, aliás, esteve em todos os FSMs e nos próximos dias iremos resgatar matérias e entrevistas produzidas durante essas coberturas. Esta edição do FSM não será mais especial do que os outras, mas enfrentará um desafio que nenhuma outra edição enfrentou. Há muita gente que trabalha ativamente na construção do movimento altermundista que considera que o FSM não responde mais às necessidades da sociedade civil organizada; dos grupos que se dispõe a enfrentar o debate da globalização econômica. E que por isso não vale mais à pena investir tantos recursos e energia na sua realização. O desafio atual do FSM e cuja resposta, em boa medida vai ser dada em Belém, é responder se ele enquanto evento deve ou não continuar acontecendo nos moldes que sempre o caracterizaram. Ou seja, com algumas dezenas de milhares de pessoas, centenas de oficinas, dezenas de conferências etc. Considero que esse FSM tem importantes demandas e que pode apresentar reflexões muito criativas que podem nos pautar em relação a debates que virão. Recordo-me que no FSM de 2001, em Porto Alegre, o tema da economia solidária e o debate a respeito do uso das sementes transgênicas eram pouco difundidos. E hoje? Evidente que não se tratam de temas populares, mas já são íntimos ao menos dos que militam e debatem alternativas para um Outro Mundo Possível. Quantos de nós não ficamos conhecendo melhor, por exemplo, as demandas da sociedade indiana depois que o FSM esteve por lá? E da Venezuela? E da África, a partir do Quênia? Acho que no FSM Amazônico a centralidade vai estar na questão ambiental, mas isso pode vir a ser debatido também a partir da crise atual. Há quem julgue que ela é do sistema capitalista, outros do modelo financista adotado pelo sistema. Recentemente li uma avaliação do Fórum de Davos numa edição especial da Newsweek e os davosistas a chamam de crise da globalização. E para resolvê-la propõe, entre outras coisas, uma nova governança global, com a inclusão de China, Índia e Brasil no G8. Esse debate não nos interessa. Mas pode nos interessar, por exemplo, discutir como escapar da dicotomia de que sem a ampliação do consumo global não se consegue construir desenvolvimento nos países do Sul. E de que a locomotiva do mundo não precisa ser a indústria automobilística, mas pode ser, por exemplo, a da educação e da cultura. Esse é um debate que nos interessa. E que o FSM pode vir a pautar porque conheço muito gente que em diferentes partes já está revolvendo essas questões. Também acho que este FSM pode vir a fazer a grande mobilização contra a chacina que está sendo praticada em Gaza pelo Estado de Israel. É muito provável que os ataques perdurem até o fim do mês. E se isso vier a acontecer a partir do FSM pode-se convocar uma marcha global de protestos. Uma marcha que obrigue o governo Obama a assumir uma posição menos tucana em relação ao assunto. E que tire os governantes de outros países centrais da posição de telespectadores dessa matança. Entre outras coisas, o movimento pode tirar como bandeira de luta que os movimentos sociais de todo o mundo exijam de seus governos que rompam relações diplomáticas com Israel enquanto os ataques continuarem. Este FSM vive o desafio de mostrar sua capacidade para continuar sendo um espaço de confraternização, mobilização, construção de redes e de renovação de energia para os movimentos sociais. Espero que ele consiga responder positivamente a esse desafio. Porque acho que ainda ele ainda não encerrou sua contribuição histórica. ( comentar 3 comentários Link do texto )
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