sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Pensar nos que sofrem.


Farei hoje algumas publicações do Blog CIDADANIA.COM, do Eduardo Guimarães, que está em Meus favoritos, mas não consegui, por problemas técnicos, colocá-los em Minhas Últimas Notícia.
Sempre procuro publicar matéria deste Blog, mesmo porque diversos são os pedidos neste sentido. Dedico estas publicações a Minha Amiga Leda Ribeiro, do Carmo/RJ. uma Professora e Admiradora incondicional do Eduardo Guimarães.
Se alguém souber como fazer contato com o Eduardo, por favor avise.
Obrigado.
Saraiva

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Crônica política

Pensar nos que sofrem

Atualizado às 12h47 de 8 de janeiro de 2009

Meus filhos André (20), Gabriela (22) e Carla(26), e minha neta, Letícia (7)

Desde o primeiro minuto dessa crise no Oriente Médio, tive apenas uma preocupação: o povo palestino e, em alguma medida, o israelense. Nessas situações de crises humanitárias, tento pensar no que eu gostaria que fizessem se eu e minha família estivéssemos naquela situação, vivendo sob bombardeio, sem víveres, sem remédios, sem notícias, com minha família assustada, com mulheres e crianças em pânico, com velhos passando mal...
Penso na minha mulher estirada num canto, chorando um de meus filhos levado pelas bombas, todo estraçalhado, ou minhas filhas encolhidas num canto chorando e, no paroxismo da avaliação do sofrimento alheio, penso num filho ou numa filha em meus braços com a vida arrancada de seu corpo. Em resumo: ponho-me, e aos meus, no lugar dos que sofrem em tragédias como essa na faixa de Gaza.
Penso se essa gente que chora seus mortos e foge desesperada rumo às fronteiras da Palestina – sem, muitas vezes, conseguir fugir –, se é isso mesmo que esses pobres coitados querem, que o Hamas continue desafiando a fúria enlouquecida de Israel.
Leitores me dizem que não existe Hamas, mas o povo palestino. Devo deduzir que isso significa que quem tomou a decisão de manter o disparo de mísseis inócuos contra Israel, fornecendo-lhe a desculpa para atacar, foram os palestinos. Não sei se é isso. Se for, então quero saber o que é que se fará para ajudá-los, diante do que estão sofrendo, porque a constatação incessante de que Israel é um estado terrorista, genocida, assassino, que tem que ser julgado num tribunal internacional junto com Bush, acho que dificilmente ajudará os que estão sendo exterminados.
Neste momento, dada a inflexibilidade de Israel e devido ao poder militar que o país tem, poder que não anima ninguém a enviar tropas à região do conflito – ou do massacre, como queiram – para defender as vítimas do genocídio, fico pensando no que meus filhos e neta (vide foto acima) gostariam que eu fizesse se estivéssemos na situação daquelas famílias em Gaza. Será que eu não iria querer que o Hamas parasse de provocar Israel com seus “rojões”?
Analisei, também, os argumentos dos leitores de que o povo palestino tem direito de lutar, de defender seu país, sua forma de vida, sua soberania etc. Sim, têm razão os que falam desse direito inalienável dos povos à própria soberania sobre suas vidas, seu território. E concordo que todos os povos têm direito a defender essa soberania inclusive lutando. Porém, lutar com mulheres e crianças? Com velhos? Sem armas? Isso não é lutar, é suicídio.
Se Israel usa os “rojões” do Hamas como pretexto para causar essa carnificina – e estou apenas concedendo o mérito a uma hipótese –, por que não retirar-lhe esse pretexto simplesmente parando o disparo dos tais “rojões”? Ou será que não há “rojão” nenhum, que é tudo invenção? Se for isso, não está sendo denunciado convenientemente ao mundo, porque não haveria o que o Hamas – ou os palestinos, como alguns querem – fazer.
O governo Bush usou os “rojões” como argumento para vetar o pedido de cessar-fogo da ONU, anteriormente. Não vi textos acusando a inexistência de mísseis do Hamas sendo disparados sobre Israel. Se não estiver havendo esses disparos, é absurdo que as campanhas todas pró-palestinos não estejam denunciando que Israel inventou os ataques de mísseis do Hamas.
Tudo isso me leva a crer que esses mísseis continuam sendo disparados ao mesmo tempo em que os palestinos de Gaza estão sendo esmagados pela artilharia e agora pelas tropas israelenses. E não sei se as reais vítimas dessa situação, ou seja, as famílias como a minha, estão de acordo com a manutenção do pretexto de Israel pelo Hamas. Pode até ser que apóiem e aí, então, nem imagino o que se possa fazer, já que não dá para contar com aqueles que poderiam achar que já basta o que fizeram, mas que, em meio à carnificina, dizem que estão “só no começo”.
Não sei se me faço entender... Fico me imaginando ali, com aqueles que amo, com essas crianças que vocês vêem acima, com até minha filhinha portadora de paralisia cerebral, que não está na foto, mas que deve ter várias congêneres com problemas como o seu em meio àquele terror todo. Será que eu não estaria dizendo “Façam o que eles quiserem! Vamos fazer qualquer coisa, contanto que parem!”? Será que aquela pobre gente não está dizendo isso e líderes políticos fundamentalistas não escutam?
Se alguém puder me dar garantias de que não é assim, de que as vítimas de tudo aquilo aceitam pagar o preço para “defender a pátria”, preço que inclui filhos, esposas, maridos, pais, mães, então eu me juntarei aos que pedem penas para Israel e para os EUA que jamais virão a não ser através de ataques como o de 11 de setembro de 2001, que matou muitos que nunca cometeram crime nenhum contra os palestinos ou contra quem quer que seja.

Hamas deve expor Israel

Se for verdade, como disseram leitores aqui, que nem o Hamas parando de atirar mísseis Israel pára de devastar Gaza, o grupo islâmico deve ir a público declarar que irá parar de atirar os mísseis e que nem assim Israel irá parar a chacina. No entanto, declarações dadas nos últimos dias pelo governo israelense foram no sentido de que a suspensão do disparo de mísseis pelo Hamas seria a condição para interromper a carnificina.
Até o momento, o Hamas não declarou uma única vez que suspenderá os ataques. Pelo contrário: todas as declarações divulgadas até o momento foram no sentido de que Israel será derrotado, etc. Com uma simples declaração o Hamas pode fazer até os EUA apoiarem o cessar-fogo, pois o governo americano já declarou ser essa sua condição para apoiar a medida, de que o Hamas pare de disparar mísseis sobre Israel. Escrito por Eduardo Guimarães às 10h57[(57) Opiniões - clique aqui para opinar] [envie esta mensagem]
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07/01/2009
Análise política internacional

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