Um dia depois de Miriam Leitão denunciar uma "política de estado" contra
a chamada imprensa livre no País, seu colega Merval Pereira, no Globo,
diz também ter sido atacado por "marginais" ligados ao PT; dados de sua
página na Wikipédia foram alterados a partir de um vazamento no
Wikileaks; Merval se refere a um telegrama do serviço diplomático dos
Estados Unidos que vazou na internet, revelando seu encontro com o
cônsul americano; ele relatava que Merval, próximo ao PSDB, agiria para
garantir o apoio de Aécio Neves a José Serra nas eleições de 2010; no
mesmo lote de telegramas, Diogo Mainardi também confidenciou que uma
coluna em Veja, sobre uma chapa dos sonhos de Serra naquele ano, havia
sido sugerida pelo candidato tucano; vazamentos colocaram em xeque
isenção de ambos
10 DE AGOSTO DE 2014
247 - Um dia depois de Miriam Leitão denunciar uma "política de estado" contra a imprensa livre no País (leia mais aqui), seu colega Merval Pereira, do Globo, decidiu também entrar na briga.
Em artigo publicado neste domingo ("Aloprados fazem o diabo"),
Merval diz também ter sido atacado por "marginais". Ele se refere a uma
alteração na sua página na Wikipédia em 2011, quando vazaram, no
Wikileaks, telegramas do governo americano de 2010, ano em que Dilma
Rousseff se elegeu contra José Serra.
Eis o que diz Merval neste domingo:
Em 29 de outubro de 2011 esses marginais entraram na minha página na
Wikipédia para incluir uma suposta notícia de que eu havia sido
identificado pelo Wikileaks como informante do governo dos Estados
Unidos, juntamente com outros jornalistas.
Na verdade, o Wikileaks havia divulgado uma série de telegramas do
embaixador dos Estados Unidos, entre os quais relatos de encontros que
mantivera comigo e com outros jornalistas, onde conversamos sobre
diversos assuntos, inclusive as eleições presidenciais de 2010. Nada do
que disse naquele encontro diferia do que escrevi nas minhas colunas
naquela ocasião, nenhum segredo havia para ser informado.
O encontro de jornalistas com diplomatas estrangeiros é o que há de mais
normal no mundo todo, e essa troca de opiniões faz parte de um
relacionamento profissional que apenas mentes pervertidas, ou a soldo,
podem transformar em uma atividade de espionagem.
Na realidade, os telegramas americanos revelam que Merval se envolveu
numa costura política dentro das hostes tucanas. Em 2010, quando Dilma
Rousseff derrotou José Serra, Merval, próximo ao PSDB, procurou o então
senador Aécio Neves para tentar convencê-lo a apoiar a candidatura do
ex-governador de São Paulo (leia aqui).
Em 12 de janeiro de 2010, foi a vez de Diogo Mainardi, então em Veja,
reunir-se também com o cônsul americano. Segundo o telegrama do
Wikileaks, Mainardi relatara ao diplomata que uma de suas mais recentes
colunas, sobre uma eventual chapa Serra-Marina, havia sido fruto de um
pedido de Serra.
Na coluna "A chapa cabocla" (leia aqui),
Mainardi, de fato, tenta atender ao pedido de Serra. "Marina Silva, por
outro lado, como candidata a vice-presidente poderia dar um sentido
prático à sua plataforma ambiental, coordenando essa área no futuro
governo José Serra. Reinaldo Azevedo, em seu blog na Veja on-line, disse
que Marina Silva, mais do que candidata a presidente, é candidata a
santa. Cruzei com ela recentemente e confirmo: ela levita. Elegendo-se
na chapa de José Serra, ela teria a possibilidade de, finalmente, voltar
a pisar no chão", diz ele.
O caso citado por Merval, portanto, revela apenas que sua atuação
jornalística tem também um componente político, não revelado aos
leitores. Aliás, ao invés de ajudar Miriam Leitão, vítima de uma conduta
"inadmissível" por parte de algum servidor do Palácio do Planalto, como
disse a própria presidente Dilma Rousseff, a coluna de Merval apenas
reforça a percepção de que parte do colunismo nacional tem uma agenda
partidária não declarada, que, às vezes, vaza no Wikileaks.
Postado há 11 minutes ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
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