Janio de Freitas
O banal faz escândalo
O banal faz escândalo
Perguntas de aliados do depoente, em CPI, jamais, em qualquer tempo e em
qualquer país, fugiram a este princípio: destinam-se a ajudar o
depoente. Nem teria sentido que fosse o contrário entre aliados. Tal
princípio explica, por exemplo, o motivo das lutas pela composição das
CPIs sérias, o que não é o caso das duas simultâneas a pretexto da
Petrobras --dose dupla cujo despropósito denuncia a sua finalidade de
apenas ajudar eleitoralmente a oposição.
De aliado para aliado, nem o improviso em indagações surpreende o
indagado. Mesmo que sugerido por uma situação de momento, segue as
instruções já dadas pela liderança ou as combinações na bancada. Mais
ainda, as perguntas e respostas previamente ajustadas, entre inquiridor e
depoente, sempre foram e serão condutas lógicas e, pode-se supor, as
mais frequentes entre correligionários nas CPIs. Assim como fazem todos
os advogados ao preparar seus clientes para depoimentos policiais e
judiciais.
O escarcéu em torno do jogo de parceiros, entre inquiridores governistas
e depoentes da Petrobras, é o escândalo da banalidade. Bem conhecida de
jornalistas, que provavelmente vão explicar qual é a fraude existente, e
a que tanto se referem, na colaboração de condutas sempre vista por
eles nas CPIs. A explicação é conveniente por ser bem possível que a
fraude não esteja na conduta de integrantes da CPI, mas em outras.
Este e os demais capítulos do caso Petrobras, à margem da importância
que possam ter ou não, ficam na mastigação de chicletes por estarem nas
mãos da oposição mais preguiçosa de quantas se viu por aqui. As
lideranças do PSDB e do DEM ficam à espera do que a imprensa publique,
para então quatro ou cinco oposicionistas palavrosos saírem com suas
declarações de sempre e com os processos judiciais imaginados pelo
deputado-promotor Carlos Sampaio. Não pesquisam nada, não estudam nada,
apenas ciscam pedaços de publicações para fazer escândalo. Com tantos
meses de falatório sobre Petrobras e seus dirigentes, o que saiu de
seguro (e não é muito) a respeito foi só por denúncias à imprensa. Mas a
Petrobras sangra, enquanto serve de pasto eleitoral
Nenhum comentário:
Postar um comentário