segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O fracasso subiu à cabeça de Aécio Neves

Antonio LassanceCarta Maior
O fracasso subiu à cabeça de Aécio Neves.

Depois de ter sido demitido de sua candidatura presidencial pelo confiabilíssimo aliado Agripino Maia, o candidato tucano resolveu reagir.

Sentado na presidência de seu país imaginário, já exonerou o ministro Guido Mantega (disse que o Brasil já está sem ministro da Fazenda) e nomeou para o cargo Armínio Fraga.

Se despencar ainda mais nas próximas pesquisas, vai acabar autoproclamando-se imperador do Brasil.

Sua candidatura esvai-se também com a ajuda daqueles a quem recomendou: "suguem mais um pouquinho e depois venham para o nosso lado".

Seu sonho de tornar-se presidente é agora uma nuvem de poeira.

Não lhe teria sido melhor renunciar, apoiar Marina e tentar ser aquele que fez a disputa ser decidida em primeiro turno?

Um abandono acarretaria uma desmoralização pessoal do candidato e de seu partido - o que não seria a primeira e nem a última vez. Mas ficaria a pecha de Aécio ter corrido da raia.

Apoio em segundo turno é apoio. Apoio em primeiro turno é adesão.

Aécio tenta, desesperadamente, manter intenções de voto suficientes para poder reservar a si próprio algum poder de barganha em um eventual segundo turno.

Também importante é que uma série de acordos regionais e de fluxos do financiamentos de campanhas em curso dependem da candidatura tucana, mesmo que capenga.

Enfraquecido dentro do próprio PSDB, seu recuo estratégico agora prioriza segurar-se em Minas Gerais, única maneira de ter algum naco de influência dentro de seu próprio partido.

De todo modo, enquanto Aécio troveja valentia e dispara petardos contra Dilma e Marina, o comando tucano, principalmente a ala paulista, já faz a lista do que negociará com Marina em um segundo turno.

Dentre as coisas que o partido pretende levar em troca de seu apoio, uma das primeiras é, certamente, o nome de Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda.

Fácil. É uma das exigências que Marina aceitaria de bom grado, com as bênçãos do Itaú/Unibanco.


(*) Antonio Lassance é cientista político.

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