A candidata Marina Silva deflagrou, neste sábado, uma nova estratégia
política; quer vencer as eleições de 2014 com uma nova arma: suas
lágrimas; à Folha de S. Paulo, ela se derramou em prantos ao mencionar
críticas que o ex-presidente Lula teria feito a ela; ao Estado de S.
Paulo, também chorosa, disse: "parem de tentar me destruir"; capa de
Veja deste fim de semana faz parte deste mesmo contexto; ao apelar para a
encenação, Marina cria um personagem curioso; ela se julga apta a
acusar o PT de colocar diretores "para assaltar a Petrobras", mas se
enxerga como vítima de baixarias quando é contestada por suas próprias
contradições; questionada, presidente Dilma Rousseff ironizou: "Não sou
contra chorar. Chorar é intrínseco ao ser humano".
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- Marina Silva, candidata do PSB à presidência da República, esgotou
seu arsenal de argumentos lógicos e racionais. Agora, sua arma para
tentar vencer as eleições presidencial de 2014 é inusitada: o choro.
Sim, Marina quer colocar suas próprias lágrimas a serviço de uma
estratégia política.
O plano consiste em criar um novo mito: a guerreira frágil, que estaria
sendo esmagada pela máquina de difamação e baixarias do Partido dos
Trabalhadores.
A interlocutores escolhidos a dedo, Marina chorou aos borbotões nas
últimas horas. À Folha de S. Paulo, ela chorou ao falar de Lula, que,
segundo ela, a teria atacado. "Eu não posso controlar o que Lula pode
fazer contra mim, mas posso controlar que não quero fazer nada contra
ele", disse Marina, com a voz embargada, à repórter Marina Dias (leia aqui).
Marina se referia a um discurso de Lula em que nem foi citada. Em
Recife, o ex-presidente apenas afirmou que "tem gente querendo acabar
com o pré-sal". Em seguida, afirmou que, se fosse preciso, ele próprio
saltaria no fundo do mar para buscar este petróleo. A crítica de Lula
era apenas política e decorria do fato de Marina ter negligenciado o
pré-sal em seu programa de governo.
Uma reportagem do jornal Estado de S. Paulo deste sábado também retrata
uma Marina chorosa, que estaria se sentindo injustiçada. "Parem de
querem me destruir", disse ele. "Nunca imaginei, por mais criativa que
eu fosse, depois de 30 anos lutando no PT, depois de ter enfrentado
jagunço e depois de ter lutado pelo Lula, que seriam eles que iriam
fazer de tudo para me destruir", afirmou.
Em Veja, a capa é também uma peça de campanha que visa reforçar o mesmo mito: o da frágil Marina atacada pelo PT.
No entanto, Marina se diz atacada, mas considera absolutamente legítimo
dizer que o PT nomeou "diretores para assaltar a Petrobras". Será que
ela não deveria estar preparada para, em vez de apelar para o chororô,
retrucar com argumentos as críticas que lhe são feitas?
Neste sábado, ao ser questionada sobre a nova estratégia de Marina, a
presidente Dilma Rousseff saiu pela tangente: "Não sou contra chorar.
Chorar é intrínseco ao ser humano", disse ela, no Twitter.
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